Pesquisa realizada no Laboratório Multidisciplinar de Gerenciamento de Resíduos mostra deterioração do óleo vegetal exposto nas prateleiras dos supermercados.

sábado, abril 05, 2014

Um estudo feito no Laboratório Multidisciplinar de Gerenciamento de Resíduos, LMGR - IFRJ, apontou altos índices de peróxido e acidez, devido a fotoxidação, reação de oxidação de uma substância induzida por luz, nos óleos vegetais expostos nas prateleiras dos supermercados. 

A pesquisa foi realizada durante 3 meses, com quatro tipos de óleos diferentes, canola, soja, milho e girassol, de uma mesma marca e foram separados em dois grupos, cada um contendo cada tipo de óleo.

Um grupo foi exposto a luz, tanto natural, quanto do laboratório e o outro grupo foi guardado dentro de um armário fechado, a temperatura ambiente e na ausência total de luz, ambos por um período de oito semanas.

Durante essas oito semanas, foram realizados testes para verificar o índice de acidez e peróxido presentes em cada tipo de óleo com as condições de armazenamento citadas. Para verificar esses índices foi utilizado o método de titulação, usado para determinar a concentração de um reagente conhecido.

titulação é um processo para determinação da concentração em valores específicos de uma substância desconhecida. No caso da pesquisa as concentrações desconhecidas seriam do peróxido e da acidez do óleo.  

Para saber mais sobre titulação acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=atLS-fe3PBE

RESULTADOS


A pesquisa revelou que, quando exposto a luz, seja natural ou artificial, os níveis de peróxido e acidez presentes nos óleos testados tiveram um aumento significativo, chegando a conclusão que já no mercado eles sofrem um processo de deterioração e chega na mesa do consumidor em condições não favoráveis para o uso. 

Resultado dos índices de acidez dos óleos de milho (A), canola (B), soja (C) e girassol (D) mantidos em 
condições de exposição à luz (Exposto) e na ausência de luz (Guardado).



Além dos altos níveis de peróxidos e acidez mostrados na pesquisa, para a nossa surpresa, dentre os óleos testados o que teve menor alteração no índice de peróxido foi o óleo de soja, o mais consumido, porém o menos recomendado por especialistas.

 Resultado dos índices de peróxido dos óleos de milho (A), canola (B), soja (C) e girassol (D) mantidos
 em condições de exposição à luz (Exposto) e na ausência de luz (Guardado).
Uma das propostas dos pesquisadores é a mudança da embalagem de armazenamento dos óleos vegetais para uma embalagem que impeça o contato do óleo com a luz, evitando assim o processo de deterioração do alimento. 

Mas já que a proposta ainda não é seguida, por conta de várias vantagens que o plástico oferece para a logística desse produto, o grupo de pesquisadores dá algumas dicas de armazenamento para os consumidores, a fim de evitar a deterioração do alimento.

Armazene o óleo em um local fechado, com ausência de luz
Recomenda-se uma atenção ao armazenar o óleo utilizado, pois fatores físicos como a luz e a temperatura ambiental de exposição desestabilizaram todos os grupos de óleos vegetais estudados. 

Quanto mais próximo da data de fabricação, melhor. Isso significa que e o produto não ficou muito tempo na prateleira. 
Adicionalmente, recomenda-se que o consumidor verifique o lote de fabricação e validade do óleo vegetal antes da compra. 

Outra dica é dar preferência aos produtos que estão na parte de trás da prateleira, pois recebem pouca luz. 

As informações deste texto são embasadas no artigo: DETERIORAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS EXPOSTOS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO. 

Pesquisadores: Sérgio Thode Filho, Gabrielle Borges Cabral, Fabíola da Silveira Maranhão, Marcelo Fonseca Monteiro de Sena e Elmo Rodrigues da Silva.


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