Um estudo feito no Laboratório Multidisciplinar de Gerenciamento de Resíduos, LMGR - IFRJ, apontou altos índices de peróxido e acidez, devido a fotoxidação, reação de oxidação de uma substância induzida por luz, nos óleos vegetais expostos nas prateleiras dos supermercados.
A pesquisa foi realizada durante 3 meses, com quatro tipos de
óleos diferentes, canola, soja, milho e girassol, de uma mesma marca e foram
separados em dois grupos, cada um contendo cada tipo de óleo.
Um grupo foi exposto a luz, tanto natural, quanto do laboratório e o outro grupo foi guardado dentro de um armário fechado, a temperatura ambiente e na ausência total de luz, ambos por um período de oito semanas.
Durante essas oito semanas, foram realizados testes para verificar o índice de acidez e peróxido presentes em cada tipo de óleo com as condições de armazenamento citadas. Para verificar esses índices foi utilizado o método de titulação, usado para determinar a concentração de um reagente conhecido.
A titulação é um processo para determinação da concentração em valores específicos de uma substância desconhecida. No caso da pesquisa as concentrações desconhecidas seriam do peróxido e da acidez do óleo.
RESULTADOS
A pesquisa revelou que, quando exposto a luz, seja natural ou artificial, os níveis de peróxido e acidez presentes nos óleos testados tiveram um aumento significativo, chegando a conclusão que já no mercado eles sofrem um processo de deterioração e chega na mesa do consumidor em condições não favoráveis para o uso.
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Resultado dos índices de acidez dos óleos de milho (A),
canola (B), soja (C) e girassol (D) mantidos em
condições de exposição à luz
(Exposto) e na ausência de luz (Guardado).
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Resultado dos índices de peróxido dos óleos de milho (A),
canola (B), soja (C) e girassol (D) mantidos
em condições de exposição à luz
(Exposto) e na ausência de luz (Guardado).
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Uma das propostas dos pesquisadores é a mudança da embalagem de armazenamento dos óleos vegetais para uma embalagem que impeça o contato do óleo com a luz, evitando assim o processo de deterioração do alimento.
Mas já que a proposta ainda não é seguida, por conta de várias vantagens que o plástico oferece para a logística desse produto, o grupo de pesquisadores dá algumas dicas de armazenamento para os consumidores, a fim de evitar a deterioração do alimento.
Armazene o óleo em um local fechado, com ausência de luz
Recomenda-se uma atenção ao armazenar o óleo utilizado, pois
fatores físicos como a luz e a temperatura ambiental de exposição desestabilizaram
todos os grupos de óleos vegetais estudados.
Quanto mais próximo da data de fabricação, melhor. Isso significa que e o produto não ficou muito tempo na prateleira.
Adicionalmente, recomenda-se que o
consumidor verifique o lote de fabricação e validade do óleo vegetal antes da
compra.
Outra dica é dar preferência aos produtos que estão na parte de trás da prateleira, pois recebem pouca luz.
As informações deste texto são embasadas no artigo: DETERIORAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS EXPOSTOS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO.
Pesquisadores: Sérgio Thode Filho, Gabrielle Borges Cabral, Fabíola da Silveira Maranhão, Marcelo Fonseca Monteiro de Sena e Elmo Rodrigues da Silva.